sábado, 29 de setembro de 2012

A Silhueta Negra

Eu era jovem, ainda era uma garotinha que ganhava beijos na testa pra dormir da minha mãe e do meu pai. Nessa época eu deixava a porta do meu quarto aberta enquanto dormia. Durante uma noite em particular, meu pai entrou no meu quarto, beijou minha testa e disse “boa noite minha princesinha.” Eu disse boa noite e me joguei na cama. Enquanto ele  saia eu o acompanhava com meus olhos cansados. Foi quando eu vi aquilo. Quatro dedos anormalmente longos e finos seguraram na minha porta pela moldura. Uma cabeça surgiu no meu quarto balançando para frente e para trás.Então aquilo apareceu por completo, era uma silhueta alta fina e negra, maior que qualquer pessoa que eu já tivesse visto, e logo  chegou na beira da cama. Tinha olhos brancos, perfeitamente arredondados, e nenhuma outra coisa na face. Aquilo me encarou um pouco e depois saiu do meu quarto. Deitada, paralisada, confusa, eu testemunhei aquilo passar pelo corredor, seguindo meu pai que havia acabado de sair do quarto do meu irmão mais novo. Ele não viu a criatura que o seguia, mas meu irmão a viu. Eu vi a silhueta negra ficar parada na porta do quarto do meu irmão, encarando meu irmão por alguns minutos. Então, ela deixou ele, seguindo meu pai até o quarto dele e da minha mãe. Desde então, eu nunca mais dormi com a porta aberta.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Escreva seu comentario.